Advantage Austin

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Sorriso de campeã: Tracy Austin ganhou carros antes até de poder tirar sua carteira de habilitação. Com apenas 15 anos ela entusiasmou os espectadores em Filderstadt

Ela já acelerava na infância: Tracy Austin foi considerada a garota-prodígio do tênis. Com apenas 15 anos ela ganhou seu primeiro Porsche Tennis Grand Prix. Sua carreira como tenista profissional prosseguiu em rápida velocidade e com muitos altos e baixos, e foi relativamente curta. Mas sua paixão pela Porsche continua até hoje. A ex-tenista número 1 do ranking mundial volta para a Alemanha para competir na 40a edição do tradicional torneio.

Há momentos em que até mesmo Tracy Austin exagera na ousadia, simplesmente pelo prazer. Em uma via expressa nas colinas de Palos Verdes, ao sul de Los Angeles, com uma acelerada ela dá uma dose de adrenalina ao seu Porsche para, por um breve momento, ultrapassar os rígidos limites de velocidade californianos – Austin conta o sucedido e ri, como se se surpreendesse com sua audácia. “Lá em cima a vista é impressionante”, confessa ela e olha para longe.

Tracy Austin começou muito cedo a batalhar seu caminho até o topo, do qual a vista para o mundo deve ser arrebatadora. A tenista, hoje com 54 anos, foi uma garota-prodígio do tênis. Aos 14 anos ela se qualificou para o US Open, em Nova York, como a mais jovem tenista de todos os tempos. Aos 15, venceu em 1978 as finais no jogo individual e de dupla no primeiro Porsche Tennis Grand Prix, realizado em Filderstadt, Alemanha. Apenas alguns dias antes ela havia decidido se tornar tenista profissional. “O torneio em Filderstadt foi o ponto de partida perfeito para mim”, conta ela, fazendo uma retrospectiva. Depois disso, sua carreira disparou: em 1979 ela venceu Chris Evert na final da US Open – e com isso é, até hoje, a vencedora mais jovem da lista de campeãs do Grand Slam. Aos 17 anos ela tirou Chris Evert e Martina Navratilova do topo do ranking mundial, uma posição na qual até então as duas rainhas do tênis vinham se revezando há anos. Aliás, após sua primeira vitória, Austin também venceu nos três anos consecutivos no torneio em Filderstadt. E cada vez, além do prêmio em dinheiro, havia o prêmio de um Porsche para a adolescente, que na época ainda era muito jovem para possuir carteira de habilitação.

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Nascida no mundo do tênis

Hoje, Tracy Austin dirige um 911 GT3 RS. O Porsche Tennis Grand Prix, com seu prêmio para a vencedora, foi a faísca inicial de uma paixão para toda a vida. “Nós somos uma família Porsche, nós todos amamos esses carros”, confessa a mãe de três filhos na idade de 15, 18 e 20 anos. Em sua mansão em Rolling Hills, Austin está diante de sua “Wall of Fame” bem pessoal, com fotos emolduradas. Tracy Austin tem uma aparência atlética e esbanja vitalidade. A extenista de pouco mais de cinquenta anos ainda hoje joga muito tênis – geralmente contra homens, porque eles conseguem aguentar mais a força das suas jogadas do que as mulheres. Sua parede coberta de fotos documenta as estações de sua biografia esportiva: aos três anos, na areia com uma raquete quase tão grande quanto ela própria. Aos treze anos, na capa da revista Sports Illustrated, com tranças e aparelho nos dentes; e, por fim, aos 20 anos, ao lado do ex-presidente Ronald Reagan e sua esposa Nancy diante da Casa Branca.

Como a mais nova de cinco irmãos, a norte-americana nasceu em um ambiente marcado pelo tênis. Sua mãe trabalhava em um clube de tênis perto da sua atual residência. Todos os filhos da família Austin jogavam tênis. Tracy Austin também começou a manejar uma raquete assim que abandonou o velocípede. “Eu jogava horas a fio no paredão e me alegrava quando conseguia acertar dez vezes em seguida”, conta ela. Certa vez, seu prazer de jogar chamou a atenção do diretor do clube. Ele começou a estimular a ambição de Tracy com pequenos troféus, se acertasse uma determinada quantidade de vezes.

O fato de que essa ambição surgiu dela mesma a distingue de algumas estrelas do tênis que foram ou são incentivadas por pais ambiciosos. Segundo o relato de Tracy, seu pai, um cientista, não se impressionava muito com suas vitórias. “Uma vez, quando lhe perguntei se ele iria assistir ao meu jogo contra Steffi Graf, ele disse que não, porque tinha um curso de informática.” Austin não o levou a mal, pelo contrário: ela via que seus pais não mediam amor e respeito pelos seus triunfos, assim ela não se sentia pressionada e isso a ajudou a manter os pés no chão.

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Uma relação de mais de 40 anos com a Porsche: Austin ganhou seu primeiro Porsche, um 924, quanto tinha 15 anos. Hoje ela acelera pelas colinas de Palos Verdes, ao sul de Los Angeles, com seu 911 GT3 RS

Campeã de Grand Slam no pátio da escola

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Infeliz: Martina Navratilova (esq.) mostra-se claramente decepcionada após ser derrotada pela jovem Tracy Austin

Não perder o contato com a realidade foi um grande desafio para Tracy Austin, tanto como aluna quanto como tenista profissional. “Eu fui a primeira a ter tanto sucesso em uma idade tão jovem. Eu não tinha ninguém por quem me orientar. Eu dependia de mim mesma na hora de tomar as decisões certas.” Por exemplo, apesar de sua rápida ascensão na carreira do tênis, ela decidiu concluir os estudos. Por isso, dois dias após seu triunfo em Nova York, a vencedora do US Open já estava de volta ao pátio da escola, como se nada tivesse acontecido, e teve que cancelar outros torneios de Grand Slam porque as competição coincidiam com as provas. O desejo de corresponder a todas as expectativas combina com a imagem de uma atleta que tinha os pais como modelo, como ela mesma confessa. A mãe a acompanhava nos torneios ao redor do mundo. Segundo a filha, ela era uma treinadora meiga. “Não consigo me lembrar de uma única vez em que ela tenha me criticado durante um jogo.” Sua mãe também estava presente no primeiro Porsche Tennis Grand Prix, ao sul de Stuttgart. “Nós jogamos em um pequeno clube, com uma atmosfera muito familiar”, recorda-se Austin. “Foi ali que recebi a primeira massagem da minha vida e me senti muito bem-vinda. Assim também se joga melhor.”

Este ambiente especial deve ser um dos motivos pelos quais este torneio – que desde 2006 é realizado na Porsche Arena, em Stuttgart – há muito tempo é um dos eventos mais importantes da Women’s Tennis Association (WTA). Em 2015 e 2016, a atual número 1 no ranking mundial, Angelique Kerber, ganhou da concorrência nas partidas individuais, e este ano também quer voltar a participar do evento. E a ex-campeã em série Austin está confiante de que a alemã conquistará novamente o prêmio da Porsche. “O jogo de Angelique se tornou mais ofensivo, seus saques são mais fortes do que antes, ela tem mais confiança no próprio jogo.” Mas o fato de Kerber só ter chegado ao topo do tênis aos 28 anos também mostra como o esporte se transformou nas últimas décadas. “Já não há mais jogadoras de nível internacional tão jovens como no meu tempo”, constata Austin. Pois, visto que o tênis do mais alto nível exige muito mais força do que antigamente, jovens adolescentes não conseguem acompanhar essas exigências. “As grandes carreiras começam mais tarde, mas elas também duram mais tempo, pois atualmente os atletas se preocupam muito mais com sua saúde e seu corpo. Antigamente não estávamos rodeados de especialistas e consultores – para mim, jogar tênis significava ser a minha própria treinadora.”

É preciso muito espírito de luta

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Desde que se retirou do esporte ativo, Austin trabalha como comentarista de televisão para a BBC e para o canal norte-americano Tennis Channel. Seus conhecimentos são apreciados – também pelo seu filho Brandon, de 18 anos, que também pretende seguir a carreira de tenista profissional. No US Open de 2015, mãe e filho competiram na mesma quadra, ainda que um depois do outro: após Brandon concluir sua partida júnior, Tracy Austin jogou contra sua antiga rival Martina Navratilova no âmbito do evento “Women Legends”. “Mas eu estava tão nervosa por causa do match de Brandon que quase não pude me concentrar no meu próprio jogo”, desabafa Austin, que era conhecida por sua capacidade de concentração e foco.

Pensar de forma construtiva e positiva – isso é algo que Austin aprendeu no tênis profissional. “A dor após uma derrota é mais intensa que a alegria da vitória. E também dura mais”, explica ela. A arte consiste em extrair novos impulsos dos reveses, trabalhando os pontos fracos. Muitas de suas qualidades são fruto do esporte: sua motivação, sua disciplina, a capacidade de lidar com frustrações. Até mesmo a habilidade de ser uma boa mãe. Desistir não é opção. Você precisa confiar em si mesma e não desanimar.” Austin sabe do que está falando, pois em alguns momentos, a vida exigiu dela um enorme espírito de luta. Com pouco mais de vinte anos, ela começou a sofrer fortes dores nas costas que nenhuma terapia conseguia aliviar. Ela viu sua mobilidade física afetada e sua série de sucessos interrompida. Em 1983, Austin se retirou do esporte. Em 1989, ela sobreviveu por muito pouco a um acidente, quando outro carro bateu contra o seu a 100 km/h. O joelho direito foi destroçado e teve que ser fixado com parafusos, o que a obrigou a fazer uma pausa de um ano. Em 1994, pouco depois de ter entrado no “Tennis Hall of Fame”, se retirou definitivamente do esporte após tentar em vão retornar às quadras.

Na sua sala de estar, Tracy Austin levanta a perna da calça e mostra uma cicatriz longa e fina por cima do joelho. “Quando você acorda todos os dias da sua vida com um objetivo, é muito difícil abandoná-lo”, confessa. “Os dias sem jogar tênis me pareciam vazios.” Mas Austin aprendeu a devolver cortadas de modo que a bola permaneça no jogo. “É curioso: o acidente mudou mais coisas na minha vida do que todo o resto. Aprendi a valorizar realmente a vida – e também as alegrias que vão além do tênis.” Como, por exemplo, o prazer de dar um passeio veloz pelas colinas de Palos Verdes.

Texto Barbara Esser
Fotos Serge Hoeltschi

Porsche Tennis Grand Prix


O Porsche Tennis Grand Prix é um dos mais importantes torneios da Women’s Tennis Association (WTA) e será realizado em 2017 na sua 40ª edição. Nos últimos anos, este evento esportivo tem sido constantemente escolhido pelas tenistas como o evento internacionalmente mais apreciado por elas na categoria. Sua primeira vencedora, Tracy Austin, virá especialmente para o torneio do 40º aniversário, que será realizado de 22 a 30 de abril na Porsche Arena de Stuttgart. No evento participarão 32 tenistas internacionais de elite – dentre elas, a atual número 1 do ranking mundial, Angelique Kerber. “Stuttgart é para mim como jogar em casa. Já me alegro desde agora com o ambiente especial e seu público fantástico”, comentou a embaixadora da marca Porsche. Além de Angelique Kerber estará presente Dominika Cibulkova (Eslováquia), que foi sua adversária nas finais da WTA em Cingapura. O torneio também conta com a participação de Agnieszka Radwanska (Polônia), atual número 3 do mundo e campeã da WTA de 2015.

www.porsche-tennis.com