Ensaio geral
Quando a cortina abre para um
Andreas Schmidt não nasceu ontem. Mas ele não esconde seu grande fascínio: “Como a partir de ideias e desenhos dos designers e engenheiros de Zuffenhausen e Weissach no fim se cria algo tão complexo como um carro!” Schmidt tem 54 anos e é diretor de Qualidade da
Primeiro, ele sorri. Depois, franze a testa. Só montar? Se fosse assim tão fácil, logicamente não existiria a nova Central de Qualidade. Em abril de 2014, Schmidt fez o primeiro esboço de caneta deste complexo em uma folha de papel; e treze meses mais tarde inaugurava-se as novas instalações com 6.000 metros quadrados. O centro das instalações é o pavilhão de testes-piloto – o reino de Fijak, de 40 anos. Pai de dois filhos, sua paixão é o automodelismo por controle remoto. Inventor engenhoso, o que provavelmente faz dele a pessoa ideal para sua tarefa, cuja descrição ele faz em poucas, mas precisas palavras: “Na etapa posterior, na linha de montagem, cada
Para montar um
Fijak foi um dos primeiros funcionários da
“Às vezes, algo dá errado na etapa da construção em CAD”, conta Fijak. A sigla CAD é a abreviação de “computer-aided design”: aquilo que antigamente era feito pelo desenhista na prancheta, hoje é resolvido pelo engenheiro com a ajuda de um modelo 3D. Caso um detalhe do modelo CAD não seja adequado, não é um problema grave, conta Fijak: “Há tempo suficiente para se criar uma solução ideal.” Via de regra, o período entre o primeiro esboço de construção e o início da produção dura quatro anos. Aproximadamente um ano e meio antes da produção em série, o pavilhão de testes-piloto entra em cena. Se um componente ainda assim for rejeitado e precisar ser construído a partir do zero, o prazo máximo para a peça de revisão em qualidade de série ficar pronta é de seis meses. Na última etapa antes do início da produção, examina-se os equipamentos e verifica-se acuradamente se as peças dos fornecedores cumprem todas as medidas definidas. E simula-se repetidamente a montagem de cada uma delas. Um grampo de fixação deve ser resistente, não pode quebrar. Uma rosca não pode ficar torta. “Mas isso são bagatelas”, tranquiliza Fijak. Por outro lado, os erros da etapa de CAD devem ser consertados rapidamente. “É possível que um engenheiro não tenha percebido que um componente desenvolvido no computador colida, em seu ciclo de montagem, com outra peça.” Nesse caso, Fijak e sua equipe precisam tomar decisões: o componente pode ser montado antes? Uma nova posição de um ponto de fixação resolve? Ou é preciso construir um componente totalmente novo?
Graças à linha de comunicação direta entre as unidades localizadas na Saxônia e na Suábia, em geral logo encontra-se uma solução. Uma impressora 3D que fabrica peças de metal e de plástico até o tamanho de uma bola de basquete exerce papel importante nesse processo. “Geralmente ela basta. Mas se for necessário fabricar algo maior, por exemplo, um molde de uma engrenagem, encomendamos em uma empresa terceirizada”, explica Fijak. As modificações que devem ser feitas em um componente são discutidas com os construtores de Stuttgart em um telão de conferência no pavilhão de testes-piloto. Então um ponto de fixação é deslocado um ou dois milímetros, o componente é modificado e remodelado na impressora, a montagem é simulada e, se houver êxito, aprovada.
Teste de execução na linha de montagem
“É importante que cada um dos ciclos de trabalho – mesmo os automatizados – seja executado de modo fluente e eficiente”, enfatiza Fijak, batendo as sílabas da palavra “eficiente” com o indicador na chapa amarela de uma carroceria para crash test, que atravessa a linha de montagem. O “colega robô” não trabalha no pavilhão de testes-piloto. Mas para ele também são definidas sequências de movimentos. A ele é reservado espaço suficiente para a montagem, pois os especialistas conhecem a espessura e a agilidade de seus braços e adequam a programação a isso. Além disso, eles definem como devem ser os suportes auxiliares dos equipamentos de movimentação de material. Trata-se de guindastes pequenos e flexíveis que, por exemplo, movem a moldura do painel para dentro do veículo. E, finalmente, a equipe do pavilhão de testes-piloto é responsável pela ergonomia na linha de produção: a que altura e distância das esteiras de montagem devem ficar as estantes das peças? A que altura deve pender a carroceria na instalação do motor e da transmissão?
Uma vez que Fijak e sua equipe concluem uma determinada etapa de produção, eles enviam o novo carro esporte para a linha de montagem regular, onde o deixam rodar um pouco. “Esta é uma das vantagens de nossa linha de produção flexível”, diz Fijak. Geralmente, nesta etapa tudo já funciona, e em algum momento o modelo percorre todo o percurso da linha. Então, os especialistas do pavilhão de testes-piloto ainda treinam os funcionários na linha de montagem, antes de assumirem o próximo
Texto Thorsten Elbrigmann
Fotos Rafael Krötz